quarta-feira, 24 de outubro de 2007

PSICOSE?

O que é psicose, esquizofrenia?
Acredito que seja a impossibilidade do indivíduo de controlar impulsos e vontades, além de alucinações em que o indivíduo sinta e veja coisas irreais.
Há indivíduos para quem as alucinações causam medo e sofrimento. Outros, aceitam a ilusão como realidade e interagem com ela. Qual a causa disso? Haverá causas orgânicas, físicas, químicas ou fisiológicas?
Se as causas não tem origem material, qual a sua origem?

O convívio social oferece, constantemente, motivos para a revolta dos indivíduos. Abuso de autoridade, desrespeito a direitos alheios, recusa a cumprir com deveres, egoísmo e prepotência; fazem parte do dia a dia; provocando revolta e exigindo hipocrisia para não manifestá-la por temer retaliações, punições ou qualquer outro tipo de reação que possa aumentar o prejuízo do revoltado.
Acredito que o maior motivo para conter a revolta é o medo de ser considerado “louco”.
Quem não controla suas reações é considerado um perigo pois pode expor os outros ao que não estão dispostos. Uma maneira de se livrar de situações embaraçosas é acusar a quem as causou de “louco”. Talvez, aí, esteja a justificativa para a maioria do preconceito da sociedade para com os psicóticos.
É normal que quem tem algum poder seja classificado de excêntrico enquanto, quem não o tem, é simplesmente “louco”, embora os motivos da classificação sejam os mesmos.
Por outro lado, há quem tenha problemas psíquicos por não conseguir externar sua revolta, abrigando-a, sendo corroído por ela.
Afinal, o que é psicose ou esquizofrenia?

sábado, 13 de outubro de 2007

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

TRÁFICO DE DROGAS

DISCRIMINALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE DROGAS
É evidente que considerar como crime o comércio de drogas não impediu que ele se alastrasse e tenda a continuar crescendo.
O objetivo da lei, caracterizando esse comércio como crime, é impedir que ele aconteça, possibilitando punir quem se atreva a contrariá-la, prendendo os infratores e esperando que o temor da punição impeça o ingresso de pessoas nesse comércio.
Não funcionou. Não porque a prisão não seja temida. Ninguém gosta de passar anos encarcerado, com total restrição da liberdade. O que propicia o desafio é a relação custo/benefício. Os envolvidos nesse crime consideram que o benefício conseguido é muito maior que o eventual custo representado pela perda da liberdade.
Embora a perda da liberdade seja um custo muito alto e seja senso comum que não há dinheiro que a compense; cada vez mais indivíduos se atrevem a correr o risco. Por que?
Em primeiro lugar está a prepotência que faz o indivíduo acreditar que é mais esperto que os outros, que não cometerá os erros que eles cometeram e, portanto, não será descoberto. Para diminuir o risco, caso seja descoberto, conta com a corrupção para continuar impune. Caso a corrupção não funcione, ele conta com o poder da força de reação, armando-se e cercando-se de gente disposta a defendê-lo, impedindo que os agentes da lei cheguem até ele.
Se, ainda assim, ele chegar a ser preso, conta com a possibilidade de fuga, a corrupção no judiciário, a competência de advogados de defesa contra a incompetência dos encarregados da acusação. Na pior das hipóteses, poderá contar com regalias no presídio que atenuem a falta de liberdade.
Essa diminuição do custo tem um preço que os lucros do negócio podem pagar, sobrando, ainda, grandes quantias para serem gastas ou acumuladas.
A ambição e o egoísmo ressaltam os benefícios e desvalorizam os custos. A facilidade de conseguir muito dinheiro e o poder que ele representa, fascinam o ambicioso e dificultam que ele valorize realmente a vida, a liberdade, a dignidade e outros valores que ficam encobertos e, até, totalmente enterrados. Os benefícios são super-valorizados enquanto os custos são considerados desprezíveis.
A ambição não é exclusividade do traficante, afeta policiais, servidores da justiça, políticos e parte da população. O dinheiro do tráfico alimenta a ambição de muitos que se empenham para que essa fonte continue a saciá-los, criando todo tipo de obstáculos para impedir que seja destruída.
Numa população miserável e ambiciosa, não faltam candidatos a serviçais do tráfico. Além do dinheiro e a sensação de poder, os operários do tráfico se sentem reagindo à opressão e desrespeito que a camada dominante da sociedade sempre lhes impingiu.
Muitas pessoas não envolvidas com o tráfico nem com o combate a ele, o vêem com simpatia porque são beneficiados com doações e promessas de proteção.
Tudo isso torna o negócio de drogas altamente atraente à ambição, prometendo benefícios enormes a custos insignificantes. Não faltam candidatos a entrar nele ou a tentar expandi-lo, conquistando territórios a custa de verdadeiras batalhas urbanas.
O que propicia esse negócio é o dinheiro carreado pelos usuários, como minúsculas gotas que formam um oceano. Ao contrário do que o senso comum acredita, a porcentagem de dependentes é muito pequena e o tráfico pode prescindir deles que, por sinal, são mais geradores de problemas do que benefícios para o tráfico. Eles têm dificuldade de conseguir dinheiro e, depois de explorar ao máximo as possibilidades da família, se dedicam a crimes e contravenções para alimentar o vício. Os dependentes são geradores de grandes problemas tanto para a sociedade quanto para o tráfico. Quando colocados a serviço do tráfico, causam mais problemas que benefícios. Os que mais se beneficiam dos dependentes, são os receptadores que obtém grandes lucros com os produtos que adquirem por preços aviltantes.
Enquanto a ambição oferece grande número de pretendentes aos benefícios oferecidos pelo tráfico, uma minoria diminuta se dispõe a combatê-lo, motivados pela moral, com desapego por bens materiais, dispostos a enfrentar os sacrifícios, que não são poucos. Só abnegados aventureiros, idealistas, verdadeiros loucos, se atrevem a opor resistência à escalada do tráfico. Infelizmente são exceção, mas, mesmo assim, são a pedra no sapato desse comércio, evitando que se alastre com maior velocidade. No entanto, não conseguem mais que isso.
Uma parte dos policiais opta pela omissão, evitando riscos, preocupado, apenas, em garantir seu salário. Haverá, nesse meio, espaço para mentes preocupadas em encontrar meios de combater o crime sem violência, enfrentando a corrupção e motivando para a ação eficaz?
Se as polícias através de seus serviços reservados e corregedorias não conseguem identificar os membros corruptos e relapsos, como se pode esperar que identifiquem criminosos, obtenham dados suficientes para incriminá-los e prendê-los?
Há quem defenda que a descriminalização do comércio de drogas, oferecendo-a no comércio normal; acabaria com esse tipo de crime ao eliminar-lhe o fundamento, que é o dinheiro. Sem ele não haveria como comprar armas, contratar asseclas, comprar conivência. Sem crime, não haveria necessidade de corromper políticos, polícia e judiciário. Parece evidente que a descriminalização acabaria com esse tipo de crime e muitas das suas conseqüências, no entanto, não acabaria com os criminosos. Que fariam eles para sobreviver e satisfazer sua ambição? É evidente que a última coisa que fariam, seria arrumar empregos honestos e viver de acordo com as regras sociais e com respeito a direitos e deveres. Parece evidente que a maioria buscaria outros ramos criminosos como: seqüestro, assalto, etc. Isso seguiria alimentando a corrupção e a conivência.

O problema está nas características do indivíduo, na ambição, no egoísmo, na falta de respeito pelo outro, na desvalorização da moral e da dignidade, na prepotência de achar que conhece o que lhe é totalmente desconhecido. Todos acreditam ter razão e apontam para longe de si as causas dos problemas. Quando todos fazem isso, que possibilidades há de soluções?
Indivíduos contaminam as instituições, que contaminam os seus membros. É um circulo vicioso difícil de ser rompido.
O dramático disso tudo é a facilidade com que os indivíduos são corrompidos e a enorme dificuldade de recuperá-los.
Ao que tudo indica, o combate tem se dirigido à frente errada. São atacados o crime e a corrupção enquanto a ambição e o egoísmo não merecem a menor atenção. É como dedicar todo o esforço no atendimento aos doentes, desprezando totalmente os vírus, bactérias e transmissores.

AUTO FLAGELO?

Haveria alguma maneira de alterar o comportamento dos indivíduos, eliminando muitos dos problemas e melhorando as chances de felicidade?
É razoável considerar a necessidade de identificar os problemas que geram sofrimento e as fontes de felicidade, listando e classificando.
O que leva o indivíduo a roubar, ser corrupto ou apropriar-se, de qualquer outra maneira, do que não lhe pertence ou a que não tem direito?
- Insegurança quanto ao futuro
- Super-valorização de bens materiais
- Ansiedade, pressa em conseguir o objetivo
- Preguiça, indisposição para fazer o necessário
- Super-valorização dos direitos e desprezo pelos deveres
- Egoísmo
- Vaidade

INSEGURANÇA QUANTO AO FUTURO
O medo de não ter como enfrentar problemas de doenças, de não ter um mínimo de conforto na velhice ou de enfrentar dificuldades com a própria sobrevivência; forçam o indivíduo a acumular riqueza, tentando capacitar-se para enfrentar dificuldades futuras. Por ser impossível imaginar que tipo de dificuldades poderemos enfrentar, é impossível estabelecer quanto seria necessário para enfrentá-las; isso leva o indivíduo a tentar acumular o máximo possível.
Uma sociedade que garantisse a sobrevivência, o atendimento à saúde e um mínimo de conforto, quando o indivíduo não tivesse mais como consegui-lo por seus próprios meios; o desobrigaria da necessidade de acumular.
É evidente que só uma minoria consegue acumular capital significativo e suficiente para enfrentar qualquer tipo de dificuldade. Um número maior, mas ainda muito pequeno, consegue garantir o futuro desde que não lhe aconteçam coisas excepcionais. A grande maioria dos indivíduos fica como um barco a deriva: totalmente exposto aos acontecimentos, sem condições de socorrer-se.
Parece que o razoável é um sistema de previdência social, onde todos os indivíduos contribuam para um fundo que garanta um mínimo de dignidade ao indivíduo até a morte. A despreocupação com o futuro, pode aliviar em muito os problemas que afligem o indivíduo, evitando que tente se apropriar do que não tem direito e que gera grandes prejuízos a terceiros e à sociedade como um todo.

SUPER-VALORIZAÇÃO DE BENS MATERIAIS
A crença de que tudo pode ser comprado e de que a felicidade depende do que se pode comprar; provoca o indivíduo a conseguir o máximo possível de bens materiais.
Quem não consegue se contentar com o que pode conseguir com seu esforço próprio, dedica-se a explorar terceiros ou a apropriar-se indevidamente do que pretende ou dos meios para consegui-lo.
Muitos dos bens que o indivíduo persegue, quando conseguidos, se mostram insatisfatórios e não geram a felicidade esperada. Esse tipo de frustração é mais comum do que a maioria percebe. É um grande desperdício de esforços que, com alguma racionalidade e aproveitamento de experiências alheias, poderia evitar, diminuindo a pressão por conquistas.
Os restos de comida jogados fora, o descuido com roupas e calçados, o mau uso de energia e água, são exemplos de desperdício de esforço para conseguir mais do que é necessário. O consumo racional propiciaria economizar esforços ou dirigi-los para outras necessidades.
Acumular quantidades exageradas de roupas e calçados é outro exemplo de desperdício de esforço para consegui-los. A maioria de quem faz isso é porque o esforço empenhado para conseguir essas coisas não é o seu.
Felicidade ou infelicidade são resultado de sentimentos. Conquistas materiais podem causar sentimentos felizes ou frustrações, no entanto, amor, ódio, amizade, depressão, euforia, etc., podem acontecer independente de qualquer bem material. Os bens materiais podem ajudar ou prejudicar esses sentimentos, mas dificilmente são a causa principal. A não compreensão disso, desvirtua os valores e desvia os caminhos que possibilitam atingir os objetivos.
Não depende do indivíduo o surgimento de um grande amor ou de uma grande amizade, nem a manifestação de depressão ou euforia. Talvez, para não sentir-se impotente, o ser humano se dedique a conquistar bens materiais, convencendo-se que pode determinar sua vida, desconsiderando influências misteriosas que o atingem, gerando sentimentos, independente de sua vontade. Essas influências misteriosas são evidentes e qualquer indivíduo tem exemplos pessoais que as comprovam. Por que é tão difícil aceitar isso?

ANSIEDADE, PRESSA EM CONSEGUIR O OBJETIVO
A ansiedade impele o indivíduo a tentar satisfazer de imediato suas vontades. Ela dificulta a racionalidade e a avaliação moral. Ela quer e faz tudo para eliminar qualquer coisa que se oponha a esse querer, principalmente, a análise custo/benefício.
Descontrolada, a ansiedade leva o indivíduo a praticar os maiores absurdos, dominado pela prepotência e pelo egoísmo.
Estudar para conseguir um bom emprego, que propicie um bom salário, que permita adquirir um bem desejado; é um caminho desprezado pela ansiedade. Ela quer o bem agora, sem considerar as dificuldades, sem avaliar se a conquista propiciará satisfação ou frustração. Ela quer, e ponto final.
A ansiedade causa grande mal estar, domina o pensamento, impulsionando o indivíduo a satisfazer a vontade rapidamente. Ela é grande incentivadora do roubo, corrupção e todo tipo de falcatrua.

PREGUIÇA, INDISPOSIÇÃO PARA FAZER O NECESSÁRIO.
A indisposição para atividades físicas e intelectuais fazem com que o indivíduo despreze seus deveres, sem abrir mão de seus direitos. Preguiça mais ansiedade, aniquilam a racionalidade e os valores positivos da moral.

EGOÍSMO
Ele é a super-valorização dos direitos e total desprezo aos deveres. Não importa que um pequeno benefício provoque custos altíssimos a terceiros. A prepotência costuma ser grande companheira do egoísmo. É uma dupla altamente prejudicial que, associada à ansiedade, formam um conjunto altamente destrutivo, causador de grandes prejuízos e sofrimento. São uma porta escancarada a tudo que é ilícito.

VAIDADE
O desejo de sentir-se poderoso e admirado, sem a disposição para consegui-lo por meios lícitos, é grande incentivo para distorções morais. É difícil que alguém não goste e deseje ser admirado, quando isso for resultado de reconhecimento de qualidades positivas. Quando o indivíduo acredita que só pode ser admirado através do poder, suas ações serão sempre prejudiciais.
Muitas pessoas acreditam no poder da estética e se consideram amadas quando só despertam desejo. Um homem que ama uma mulher feia, poderá ser atraído pela beleza de outra mulher, mas não a amará nem deixará de amar a feia.
Um homem poderoso atrairá muitos bajuladores, mas dificilmente merecerá admiração sincera.

Tentando motivar, incentiva-se a competição. Em contra partida à motivação conseguida, é enorme o sofrimento e prejuízos resultantes da competição.
O capitalismo incentiva o consumo, justificando que ele gera trabalho e, conseqüentemente, renda. Diminuindo a necessidade de bens, diminui a necessidade de renda e, conseqüentemente, de trabalho.
Se a renda não for a motivação do trabalho, este poderá gerar benefícios reais, aplicado em prioridades, priorizando bem estar e felicidade.
A cooperação pode diminuir sensivelmente a necessidade de consumo. Eletrodomésticos comunitários poderiam diminuir em muito a necessidade de posse particular. Liquidificadores, batedeiras, multiprocessadores, máquinas de lavar e de costura, etc. teriam aproveitamento muito maior quando compartilhados por grupos de famílias, incentivando a solidariedade, combatendo o egoísmo, valorizando os direitos e deveres e a justiça na sua consideração. Muitos outros equipamentos e máquinas poderiam ser compartilhados, diminuindo a necessidade de consumo.
A cooperação obriga o convívio que gera conflitos e força soluções. O isolamento alimenta hipocrisia, camuflando conflitos, dificultando soluções, alimentando ódios e desejo de vingança.
A grande hipocrisia da sociedade está em defender a solidariedade, enquanto incentiva o individualismo egoísta e a competição.
As pessoas se deixam iludir pela aparência, desprezando os sentimentos. Ao mesmo tempo que o luxo e a ostentação chamam a atenção, intensamente, muito poucos atentam para os sentimentos de quem ostenta. O empregado vê o patrão chegar em carro de luxo, vestindo roupas de grife, freqüentando festas e restaurantes de luxo, mas não percebe o medo que pode estar sentindo, a falta de afeto, de amor; as angústias, frustrações e desilusões. Enquanto o empregado se diverte, na hora do almoço, com os companheiros; o patrão pode estar chorando sofrimentos sentimentais, que não demonstra, mas tem. Enquanto o empregado reclama da falta de dinheiro, o patrão morre de medo de perder o que tem e o não poder desfrutá-lo a contento.
Se os verdadeiros sentimentos dos poderosos fosse conhecido de todos, provavelmente o desejo de poder não atingiria tantas pessoas. Nem os próprios poderosos tem consciência de que a causa de suas conquistas podem ser as mesmas que causaram sua infelicidade. Que a luta para manter o conquistado, pode alimentar seu sofrimento.
O fato é que: sem a ajuda dos poderosos dificilmente se conseguirão mudanças substanciais na sociedade. A maior arma dos poderosos é a educação, através da qual os explorados são preparados para sê-lo e, até, para colaborar e tornar mais eficiente a exploração.
Uma educação que preparasse o indivíduo para conhecer-se, identificar suas características e talentos, preparando-o para assimilar conhecimento, compreendendo-o ou questionando-o; respeitando os direitos e deveres; sabendo das forças misteriosas que costumam influenciá-lo, capacitando-se para enfrentar as que lhe forem prejudiciais; possibilitaria mudanças para uma sociedade mais feliz e com menos problemas.
No entanto, essas mudanças afetariam o sistema de forças hoje existentes, provocando os detentores do poder a opor-se ao que pudesse causar isso.

sábado, 6 de outubro de 2007

TEM SOLUÇÃO?

Como é que conseguimos viver e conviver com tantas incoerências?
Os pais pretendem super-proteger os filhos dificultando que aprendam a se defender das armadilhas e males que a vida oferece. Dizem-lhes para serem humildes e solidários, enquanto os incentivam a ser prepotentes e egoístas.
Os professores preparam os alunos para dar respostas ao invés de prepará-los para resolver problemas.
No mercado de trabalho, imperam a prepotência e o egoísmo, dificultando que os erros sejam aproveitados como aprendizado e que a colaboração facilite o trabalho, diminua dificuldades, melhore a produtividade e propicie um ambiente feliz. A competição é estimulada, acreditando que ela gera motivação quando, na verdade, causa medo, insegurança, diminui escrúpulos, gera tensões e provoca sofrimento.
Os marginais provocam grandes prejuízos e sofrimento e vivem uma vida miserável, com medo de serem descobertos, de perder o que conseguiram, sem dignidade, escravos de bens materiais que não conseguem aproveitar.
Políticos e servidores públicos que, ao invés de trabalharem para o bem da população, roubam-na inescrupulosamente, impedindo que consigam benefícios, facilitando que sejam explorados ao invés de lutar contra isso.
A maioria da população não luta pelo fim da exploração, com a esperança de mudar de lado e conseguir, um dia, poder explorar, também. A crença na onipotência do dinheiro desvirtua valores e leva as pessoas a buscar felicidade na dor, no sofrimento e no prejuízo alheios, sem perceber que as maiores vítimas são elas mesmas.
Policiais incentivam o crime ao exigir grandes somas para livrar o bandido da prisão, vendendo alvarás para crimes impunes, aumentando o risco para companheiros empenhados em promover a segurança pública.
Muitos servidores da saúde estão a serviço da doença, da dor e do sofrimento, obtendo grande sucesso no seu objetivo, sobrecarregando outros que se empenham na cura, no alívio da dor e do sofrimento.
Bandidos que não conseguiram benefícios na corrupção policial, obtêm-nos junto a servidores da justiça, que os libertam, causando revolta nos policiais que se empenharam para prendê-los e provar sua culpa.
O povo quer solução, mas se nega a lutar por ela. Exige direitos enquanto foge dos deveres. Repudia os que se dispõe a lutar por ele e apóia os que o iludem com promessas mirabolantes.
Será que, seja lá onde estejam, Cristo, Martin Luther King, Che Guevara e Madre Tereza de Caucutá, entre outros, percebem a inutilidade de seus sacrifícios?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

LIBERDADE

Liberdade, o que é? Quem é você?
É fácil definir liberdade frente à opressão, à dominação, à exploração, em fim, quando a liberdade do indivíduo é cerceada por outro. No entanto, como considerar o fato do indivíduo ser induzido a pensar e agir contrariando a lógica, com evidente prejuízo a si próprio, sem a interferência de terceiros?
O ódio, por exemplo, escraviza o indivíduo que odeia. Se quem odeia não agir contra o odiado, este não sofrerá nada. Entretanto, o que odeia, será atormentado por esse sentimento, como que lendo em um luminoso de néon o motivo que o despertou, com brilho intenso, cada vez mais chamativo, alargando a ferida, escarvando-a, produzindo o sofrimento mais doído. O desejo de vingança se dirige ao odiado, que pode não ser atingido, no entanto, quem odeia não tem como se livrar do que sente, nem do sofrimento que o atinge.
O que causa o ódio?
O odiado impediu a realização de alguma vontade de quem odeia ou tirou-lhe algo que ele tinha ou acreditava ter.
O odiado pode não ser atingido pelo ódio, no entanto, quem odeia não escapará ao sofrimento. É possível deixar de odiar? É só querer? Não. O máximo que podemos fazer é lutar contra ele, não alimentá-lo, dificultá-lo ao máximo. Como qualquer sentimento, o ódio é causado pela emoção que é causada pela vontade e que reage à racionalidade.
Como considerar livre arbítrio e liberdade quando se está sujeito a imposições como o ódio?
O amor é outra emoção causadora de restrição de liberdade. Quem ama tende a restringir a liberdade da pessoa amada. Claro que é assustador imaginar a possibilidade de perder a quem se ama ou que ela possa sofrer o que quer que seja. O mais importante não é o motivo e, sim, a restrição de liberdade gerada. Restringir a liberdade de quem é amado acaba restringindo a própria liberdade de quem ama. Grande parte de seu tempo é usado para proteger a pessoa amada, outra parte é usada para impedir que ela faça algo que coloque em risco o relacionamento, além da parte que é usada para impedir-se de fazer algo que possa gerar dificuldades para o relacionamento. No final das contas sobra muito pouco de liberdade individual. Esse relacionamento pode ser gerador da maior felicidade, quando a falta de liberdade seria insignificante; no entanto, é patente a restrição de liberdade gerada.
E a ansiedade? Ela força, obriga, impulsiona, exige, tentando restringir totalmente a possibilidade de escolha entre satisfazer ou não a vontade.
Como ser solidário quando dominado pelo egoísmo? Sob o comando do egoísmo, o indivíduo pode, até, optar pela solidariedade, no entanto, terá que fazer um esforço hercúleo para opor-se.
Ódio, amor, ansiedade, egoísmo, prepotência, preguiça, predispõe o indivíduo ao jugo de outros. O explorador vale-se dessas características para submeter os explorados.
E o que dizer da democracia? É conhecida alguma aplicação prática do que a define em teoria? Alguma vez a representação política representou, realmente, a vontade do povo?
Os representantes do povo deveriam ser indicados por ele, no entanto, a máxima liberdade do eleitor só lhe permite escolher entre candidatos que lhe são impostos. Na maioria das vezes, a democracia só serve para legitimar a usurpação do poder por minorias em detrimento da maioria que será oprimida e explorada, assumindo, ainda, a responsabilidade por ter avalizado os que se propuseram a representá-los.
Se houvesse um sistema capaz de ouvir o povo para propostas e decisões, haveria mais harmonia e satisfação na sociedade?
No final das contas, o que sobra de liberdade e livre arbítrio para o indivíduo?
Levantar cedo, escovar os dentes, lavar o rosto, ir pra escola ou trabalho, estudar o que não lhe interessa, trabalhar no que não gosta, conviver com pessoas que lhe causam sentimentos ruins, comer o que pode e não o que gostaria, ser obrigado a ir ao banheiro, ter que ouvir o que não lhe interessa e, até, lhe causa mal estar, participar de eventos e cerimônias de que não gosta, suportar calor quando o detesta, sofrer dores, ter sentimentos e pensamentos que gostaria não ter, não ter a companhia que gostaria, ter a que gostaria não ter, não poder dizer o que gostaria e ter que dizer o que o contraria. Quem pode se livrar de tudo isso?
Por tudo isso, é tão importante utilizarmos da melhor maneira possível a pouca liberdade de que dispomos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

LEI AUREA?

Cara! Você me perguntou sobre o que acho de você.
Acho que, na verdade, você não quer saber a verdade. Tem esperança de que eu possa elogiá-lo, dizer que está certo e incentivá-lo a prosseguir como é. Infelizmente não é assim e não vou me negar a dizer como te vejo.
Você nasceu numa família muito pobre, mas, ao contrário dos outros, não se conformou com isso e aproveitou o talento pra negócios e a maleabilidade do escrúpulo para conquistar o que achava Ter direito.
Depois de aprender a ler, escrever e as operações aritméticas, dedicou-se a usar as características inatas para conquistar o que queria.
Enxada, foice, facão e machado, deixaram marcas em suas mãos. A lida com gado foi o que mais te atraiu, embora você não fosse bom em nenhum desses trabalhos. Fazia por necessidade, mas não via a hora de se livrar deles.
O talento comercial te levou a intermediar alguns negócios e a ganhar bem mais com isso do que com o trabalho braçal.
Ganhar o máximo e gastar o mínimo, empenhando-se a fundo no trabalho e nos negócios; te possibilitou acumular capital que, aplicado com esperteza, foi aumentando e te tornou rico.
O moleque pobre que muitos duvidavam pudesse dar algo que prestasse, se tornara um homem rico e saboreava o poder do dinheiro.
Você nunca considerou que suas conquistas se deviam a características inatas como: talento comercial e maleabilidade de escrúpulos, associados ao que chamam de sorte. Acredita que tudo o que conquistou se deve ao trabalho, dedicação, economia e perseverança. Seu pai, irmãos, parentes e vizinhos, trabalharam muito mais e melhor que você e não conseguiram ganhar mais que o sustento com isso. Você mesmo, compare o que ganhou como trabalhador braçal com o que os negócios lhe propiciaram e perceberá a influência da sorte no seu sucesso. Sorte de Ter talento para o comércio, de não ser impedido por escrúpulos, de estar no lugar certo na hora certa. Quantos bons negócios você fez porque alguém, desesperado pela falta de dinheiro, vendeu por preço muito abaixo do valor real o que você tinha dinheiro pra comprar. Além de se aproveitar da desgraça do coitado, você acreditou que o estava ajudando quando, na verdade, você lucrava alto com a desgraça alheia.
Você acredita que se fez, que é o único responsável pelo seu sucesso. Não considera que tenha sido beneficiado por nascer com características diferenciadas que te facilitaram conseguir o que pretendeu. Você, realmente, é diferenciado da maioria, mas isso te foi dado. Se você tem algum mérito, é o de Ter aproveitado bem o que te foi facilitado. Mesmo assim, pode ser que o que te deu essas características te tenha programado para utiliza-las e, nesse caso, nem o mérito do aproveitamento você tem.
É provável que a causa do teu sucesso seja a combinação do que você chama de incapacidade alheia com a sua capacidade. Se não fosse a deficiência dos outros, não sei se sua capacidade seria suficiente para conseguir o que conquistou.
O dinheiro tem sido o teu chicote. Ele submete quem trabalha pra você, aceitando suas imposições por medo de perder o trabalho. Submete quem comercializa com você e tem medo de perder o lucro que pode Ter. Submete familiares e amigos que se beneficiam do que você pode oferecer com o dinheiro, mesmo que paguem alto preço emocional e moral por esse benefício.
Você acredita que os bons peões das tuas fazendas só o são porque trabalham pra você, o mesmo acontecendo com qualquer um que te serve. Você não percebe que quem é bom é, independente de você. Você, ao contrário, dificulta que seus colaboradores usem toda sua capacidade, ocupando-lhes a mente com emoções ruins e, principalmente, medo.
Você usou toda sua capacidade para aprender a ganhar dinheiro, acreditando que todo o resto poderia ser comprado. Deixou de aprender a complexidade da emoção, sua autonomia; a força da vontade e suas conseqüências, a importância da humildade e da solidariedade e os prejuízos causados pela prepotência e pelo egoísmo.

Sem dinheiro você não é nada. Só aprendeu a ganhá-lo e administrá-lo, acreditando na sua onipotência, que tudo pode ser comprado e, portanto, nada teria mais valor que ele. Ele não evitou a morte de seus pais, não impediu que tua mulher te trocasse por outro, nem fez com que teus filhos te amassem de verdade.
Tua grande vantagem é acreditar que a admiração, respeito e reconhecimento que te dirigem são verdadeiros. Não percebe que são interpretações interessadas em usufruir do teu dinheiro e evitar tuas agressões.
Quantas das pessoas que, hoje, participam do teu universo, te acompanhariam caso você se tornasse humilde e solidário, julgasse com base em reflexão e análise de dados, considerando a influência da vontade e emoção nos indivíduos?
Essa mudança te obrigaria a reconstruir teu universo e não me parece que você seja capaz disso. Portanto, o melhor pra você é continuar acreditando que é o oposto do que pensam de você. Afinal, o que importa é o que cada um sente e, se você se sente bem assim, bom proveito.
Ele nunca mais quis me ver, nem ouvir falar de mim. No lugar dele eu faria o mesmo.