quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

CERTEZA

Tenho certeza da dúvida
Enquanto duvido de toda certeza
A certeza é temporal
A dúvida, eterna
A emoção despreza a dúvida
A razão, a certeza
Argumenta e justifica
Prova, comprova e certifica
Mas sabe que no futuro
Provará não ser assim
Certeza só da incerteza
A razão duvida
A emoção acredita
E a vida se renova a cada dia
Cada semana
Cada mês
Cada ano
Feliz vida nova!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

RECRIMINANDO RECLAMAÇÕES

Entre os efeitos da ELA, percebi que se acentuou minha repulsa por pessoas que só sabem recriminar, criticar e reclamar. Mais do que repulsa, sinto pena dessas pessoas, imaginando o quanto isso deve amargar a vida. Eu já perdi um tanto de movimentos, voz e autonomia, mas ao invés de reclamar disso, valorizo o que ainda me resta e posso garantir que me sinto muito bem. Quem sentir falta de ter pena de alguém, que tenha desses pessimistas de plantão pois eles são os grandes merecedores dela.

Não dá pra não reclamar, não recriminar, nem criticar; principalmente dos que fazem isso o tempo todo. O que não dá pra agüentar são os que fazem SÓ isso.
A crítica é fundamental para mudanças, adaptações e, até mesmo, compreensão e aceitação. Nesse caso, ela é causa e efeito de análise, reflexão e conclusão.
No começo, é um sentimento que causa revolta, que provoca reclamação, que gera recriminação. Se a razão não intervir, a causa ganha status de verdade, realimenta o processo, aumentando a reclamação e a recriminação, incrementando a raiva, podendo levar o processo a perdurar por longo tempo. A intervenção da racionalidade poderá mostrar que a causa não é real ou que não é suficiente para gerar reclamação ou, caso mereça ser acusada, parar por aí.
A análise racional, verificando a validade da causa, procurará uma solução, evitando que a revolta, reclamação e recriminação se tornem repetitivas e inchem.
Os “reclamadores” de plantão, dispensam a racionalidade e se entregam à emoção e à vontade, buscando aliviar o que sentem, através da agressão. Quer dizer: gastam todo o tempo reclamando, recriminando, agredindo, buscando vingança e, nenhum, ajudando a resolver os problemas. São sofredores causando sofrimento.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ADVERTÊNCIA

Ah meu amigo!
É tão fácil dar conselhos e criar frases impressionantes; o difícil é aplicá-las.
Somos influenciados por emoções e vontades, por outro lado, temos a razão que nos permite analisar dados, refletir e concluir.
Deixar-se levar pela emoção e vontade, é tão fácil quanto trágico.
Agir, seguindo rigidamente a lógica, pode evitar sofrimento e prejuízos; no entanto, impede o desfrute de muitos prazeres e conseqüente felicidade.
Preconceitos, tabus e dogmas, ainda que possam ajudar a controlar, um pouco, alguns ignorantes; dificultam a felicidade e alavancam o sofrimento.
O ideal seria descartar preconceitos, tabus e dogmas; analisar as emoções e vontades através da razão; escolher as benéficas e descartar as prejudiciais; aproveitando ao máximo a felicidade possível.
O problema é que emoção e vontade pretendem satisfação a qualquer custo, empenhando-se em impedir o uso da razão e, quando não conseguem, fazem tudo pra que as recomendações dela sejam rejeitadas. O pior é que a força dos que pretendem satisfação, costuma ser maior que a disponível para a rejeição.
Por outro lado, são inúmeros os exemplos de resultados excelentes, causados pela satisfação de emoções e vontades, quando a razão foi totalmente desprezada.
Portanto, está claro que não existem receitas que garantam resultados bons. A vida exige decisões a cada situação e, por melhores que sejam os conselhos, a escolha será só sua. E... não terá como se safar dos resultados.

Isto é uma advertência como as que aparecem em propaganda de cigarros, remédios e bebidas. O que eu digo, nada mais é que o resultado de experiências vividas ou presenciadas, reflexões e conclusões. Os efeitos colaterais, disso, podem ser muito prejudiciais, e as contra-indicações ocorrem na maioria dos casos.
Portanto, cuidado com o que digo ou escrevo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CONHECE O AMOR?

O amor... Ah o amor! Quem o conhece razoavelmente?
Ele é causador dos maiores prazeres sentimentais e dos mais terríveis sofrimentos. Onde ele existir não haverá apatia, ausência de sentimentos, nem inércia.
Ele provoca sonhos e as mais desvairadas ilusões. Faz lindo o feio; bom, o mau; aceita, de bom grado, o que já repudiou com veemência. Da mesma maneira, provoca pesadelos; apaga brilhos; ressalta o ruim; dificultando enxergar e sentir o bom e o bonito.
Não há nada mais raro que um amor isento de ciúme, ansiedade e possessividade. Não raro, esses componentes dificultam e, até impedem, a continuidade do desfrute desse amor. São como tempero que, em doses adequadas, realça o sabor, mas em doses maiores, torna impossível o consumo.
O amor possibilita construções maravilhosas, da mesma maneira que pode causar destruições catastróficas..
Não há como criar ou eliminar o amor. A única possibilidade é interferir nele, acentuando o bom e opondo-se ao ruim. Embora isso seja tão fácil de dizer, é enormemente difícil de realizar.
Quando a opção está entre ser feliz ou sofrer, vale a pena enfrentar as dificuldades, lutando contra o ruim, possibilitando o aproveitamento do bom.
Quem for dependente de drogas ou jogo, por exemplo, e estiver apaixonado por alguém; poderá verificar, em si, a similaridade dos efeitos sofridos. O amor gera uma dependência similar à causada pelas drogas, jogo ou qualquer outro motivo. Enquanto puder desfrutar, o indivíduo se sentirá no céu, mas, se for privado, enfrentará o inferno mais tenebroso.

sábado, 8 de novembro de 2008

SEM PRUMO NEM NÍVEL

SEM PRUMO NEM NÍVEL
Velho, doente, esclerosado e inútil. Isso, numa pessoa normal, já é bastante ruim, imagine num idiota como eu!
Aprendi, há muito tempo, que o importante pra nós é o que sentimos, independente da racionalidade ou lógica. Também, aprendi que nosso direito termina onde começa o do outro, percebendo que, muitas vezes, não há como evitar prejuízos e sofrimento nesse confronto de direitos. Na falta de outros parâmetros, sempre procurei usar a relação custo/benefício, de todos os envolvidos, pra decidir o que fazer. Umas vezes abri mão do meu direito, outras, lutei pra que prevalecesse.
Sempre procurei cumprir com minhas obrigações, esforçando-me pra executar, o mais rápido possível, o que me era mais sacrificante, objetivando livrar-me logo do incômodo e dispor de condições pra desfrutar o que me agradava. Sempre procurei fazer os trabalhos mais chatos primeiro pra, depois, me dedicar aos agradáveis, curtindo-os.
Sempre fugi do consumismo, valorizando ao máximo minha capacidade de gastar, sempre considerando a relação custo/benefício. Na maioria das vezes, o dinheiro que ganhamos nos obriga a fazer coisas que não gostaríamos fazer, portanto, quanto mais dinheiro, mais contrariedade teremos que sofrer, por isso, sempre optei por limitar meus gastos, possibilitando-me evitar fazer mais coisas de que não gostava. Poderia ter ganho mais dinheiro, violentando-me mais, no entanto, preferi abrir mão de consumismo em troca de ter que fazer mais coisas que não queria fazer.
Quando vejo pessoas se sacrificando pra ganhar seu dinheiro e gastando-o facilmente em coisas idiotas, pra satisfazer vaidades, aparentar o que não são ou tentar aliviar a consciência; me sinto mal, muito mal, terrivelmente mal!
Quando vejo pessoas desperdiçando enorme quantidade de tempo na ociosidade, fugindo de cumprir deveres e fazer obrigações, escancarando um egoísmo desmesurado; me causa uma revolta terrível. Quando ouço essas mesmas pessoas reclamando da falta de tempo e super-valorizando o pouco que fazem, tenho vontade de sumir na estratosfera!
Quando um simples “acho”, injustificado e idiota, vale mais que toda minha reflexão, busca de dados, análises e conclusões justificadas; sinto a revolta me consumindo as entranhas. Ver a prepotência cagando na humildade, me causa um sofrimento inenarrável!
Mas, isso é coisa de velho, doente, esclerosado e inútil que, não tendo o que fazer, gasta o tempo observando o seu entorno e acusando, como barbaridades. coisas normais em gente comum.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

VOLTANDO PRO COMEÇO

VOLTANDO PRO COMEÇO!
Penso que comecei esse caminho de volta aos quarenta e nove anos. O desfrute de um grande amor me tornou jovem. A perda dele me jogou na adolescência e me deixou perdido, procurando um rumo. Continuei retrocedendo com a diminuição das oportunidades de trabalho, que acabou me trazendo de volta à infância. A força foi diminuindo progressivamente, os movimentos se tornando difíceis e perdendo o controle. A fala vai se tornando fraca e menos inteligível. Já não consigo tomar banho e me vestir sozinho. Já tenho dificuldade pra manusear coisas simples como um barbeador, escova de dentes, copos e coisas assim. Chegará o momento em que não conseguirei mais andar, me alimentar sozinho, me virar na cama... até que não consiga mais respirar. Pra completar o processo, ao invés de túmulo ou crematório, duas pernas deveriam se abrir, uma vagina dilatada me sugaria para dentro de um útero, onde eu iria diminuindo de tamanho até me transformar num óvulo, que acabaria sendo expelido por um fluxo menstrual.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ajude-se

“Nenhum problema é maior que o meu. Nenhuma dor é maior que a minha. Ninguém tem mais razão que eu.”
Que importa que a Terra seja um pontinho azul, insignificante, quando comparada ao tamanho de outros planetas?
Que importa que tanta gente passe fome, que muitos sejam mutilados ou mortos por guerras, revoluções e atentados?
Que importa que tantas pessoas sofram de doenças graves, sejam vitimadas por vulcões, maremotos, terremotos, furacões, tsunames e outros fenômenos considerados naturais?
Que importa que tanta gente perca a pessoa amada, parentes queridos ou amigos inesquecíveis?
Por que eu deveria me importar com isso?
Quando sinto dores ou passo mal, enfrento filas, espero muito tempo até que alguém, normalmente de má vontade, se empenhe mais pra se livrar de mim do que pra resolver meu problema; mais preocupado com seu emprego do que com minha saúde.
Quando sinto fome, se não der um jeito de conseguir comida, ninguém se preocupará com o meu estômago, nem com a falta de nutrientes necessários à minha sobrevivência.
Se eu estiver no local de uma guerra, revolução ou atentado, alguém se preocupará em me tirar de lá ou evitar que elas aconteçam?
Alguém está preocupado em me livrar de furacões, terremotos ou qualquer outro agrado da natureza?
Quem se importa quando perco um amor, parentes ou amigos?
Esse papo de que precisamos usar a desgraça alheia pra nos conformarmos com a nossa é de uma estupidez maior que todas as desgraças juntas.
A humildade e a solidariedade não são tão importantes pra salvar o mundo, quanto são pra nossa felicidade ou, diminuição do sofrimento.
Não precisamos olhar pro infinito do universo, nem para as tragédias longínquas. Podemos fazer tanto pelos que estão a nossa volta e, principalmente, por nós mesmos, nos ocupando tanto, que não sobraria tempo pra mais nada.
A humildade nos permite perceber que não somos super, que somos falíveis, vulneráveis, mesmo que aproveitemos ao máximo a capacidade que o conhecimento pode nos disponibilizar.
A solidariedade nos propicia prazer e felicidade, portanto, o grande beneficiário não é o receptor e, sim, quem a pratica.
Não desfrutaremos toda a felicidade e prazer possível no amor, se não propiciarmos felicidade e prazer a quem amamos.
O sorriso que provocamos nos outros, pode nos propiciar mais felicidade que o nosso próprio.
Quem prefere ser ajudado, do que ajudar, desconhece a real felicidade.
Não temos como resolver os problemas da humanidade, mas podemos minimizar os nossos, conseguindo felicidade e prazer, proporcionais à solidariedade que praticarmos.
Portanto, agradeça a quem te propicie ser solidário e não negue a possibilidade de alguém ser feliz, sendo solidário com você.
Não sei quem disse isso, mas concordo totalmente: “Quem não vive pra servir, não serve pra viver”. O resto é resto!