quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

MEMÓRIA

Tô pra ver “trairagem” maior do que a da minha memória contra mim.
Passei a vida colocando coisas ali. Foram muitas. Experiências do dia a dia, conhecimentos proporcionados por pessoas, escolas, meios de comunicação, livros, emoções, sentimentos, etc.
Será que ela resolveu se vingar por considerar que exigi muito dela?
Ela sempre foi meio esquisita, dificultando o armazenamento de nomes de pessoas. Não era o nome que ela dificultava armazenar, mas, sim, a relação dele com a pessoa. Logo depois de saber o nome da pessoa, já não sabia como chamá-la. Esse tempo, as vezes, não passava de minutos. “Muito prazer, fulano de tal” e, minutos depois, eu não lembrava, nem fodendo, o nome do fulano de tal.
Outra dificuldade, sempre foi guardar detalhes fisionômicos. Nunca conseguiria fornecer informações para um retrato falado, nem de mim mesmo; nem das pessoas que mais amei, por mais que admirasse sua figura.
Fórmulas? A memória sempre se negou a armazená-las, obrigando-me a deduzi-las a cada vez que precisava usá-las. A safada se negava a armazenar as fórmulas, mas armazenava dados que me permitiam deduzi-las. Será que era só pra me dar trabalho?
Muitas vezes não soube a minha própria idade, tendo que calculá-la. Também nunca soube a idade de minhas filhas.
A filha da puta não me permitia lembrar as fórmulas, no entanto, não me deixava esquecer o quanto eu iria me foder se não resolvesse as questões. Eu lhe pedia uma fórmula que havia colocado ali, e ela me mostrava o prejuízo que sofreria em conseqüência de me negar o que lhe pedia. É muita sacanagem”
Ela não se contenta em me negar informações que coloquei nela; ocupando meu pensamento com lembranças que me maltratam e fazem mal.
É claro que ela não está sob meu comando pois, se estivesse, esconderia os dados que me fazem sofrer e sentir mal, disponibilizando os que me ajudariam. Facilitando minha vida e me fariam feliz.

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