quinta-feira, 15 de novembro de 2007

CALA A BOCA CHAVES!

Calla-te! por que no te callas?
O rei Juan Carlos, da Espanha, no Chile, irritado com as intervenções de Hugo Chaves, que impedia o primeiro ministro da Espanha, Zapatero, defender o seu antecessor, a quem o Chaves atacara com acusações.
A imprensa destacou o episódio, provocando discussões e, como não poderia deixar de ser, o principal foi deixado de lado e a meia dúzia de palavras proferidas pelo rei, serviram de mote para ataques e defesa às polêmicas atitudes de Chaves.
O que Chaves tem feito, é acusar o imperialismo estatal e empresarial, que não têm escrúpulos na utilização de métodos que possibilitem e facilitem a exploração. Alguém tem dúvidas de que isso é verdade?
O problema é que o imperialismo, a corrupção e o crime, usam artifícios eficientes para ocultar os responsáveis, o que dificulta e, até, impossibilita a obtenção de provas que identifiquem, sem dúvidas, os planejadores e articuladores. Muita gente sabe quem são os imperialistas, os corruptos, os responsáveis pelo tráfico e os comandantes do crime; a dificuldade é provar.
As pessoas de bem abominam a injustiça. Um número razoável de casos, em que não havia dúvidas sobre a autoria de delitos, mostraram que os acusados eram inocentes. Isso fez com que leis fossem criadas objetivando evitar injustiças. A convicção de que: “É melhor centenas de criminosos livres do que um inocente na cadeia”, orientou a criação de leis que refletissem esse conceito. A conseqüência dessa preocupação foi que: é suficiente levantar dúvidas para impedir condenações, mesmo quando as evidências são gritantes. O custo de evitar algumas injustiças, é a impunidade dos culpados.
O que o Chaves tem feito, é desprezar o benefício da dúvida, usando as evidências para acusar. É evidente que a busca de vantagens levem países poderosos a usar todo tipo de artifícios para explorar os menos favorecidos. O mesmo acontece com relação às empresas em busca de lucro. Esforços para instalar governos que facilitem seus objetivos e derrubar os que os contrariam; faz parte do cotidiano dos exploradores. Ideologias altruístas são manipuladas e usadas a favor dos exploradores, contra os explorados, a quem pretendiam proteger.
A acusação sem provas acaba por beneficiar o acusado, oferecendo-lhe a auréola de injustiçado, transformando o réu em vítima.
É provável que Chaves tenha razão em muitas das acusações que faz. No entanto, a falta de provas, aliada aos exageros nas acusações; municiam os exploradores para transformá-lo de acusador em algoz. É a força bruta da revolta, contra a inteligência refinada a serviço dos poderosos. É como o caso da mulher traída, condenada por injúria, porque prevaleceu a versão do marido, alegando que fazia respiração boca a boca, contra a acusação de que beijava a amante.

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