segunda-feira, 13 de outubro de 2008

VOLTANDO PRO COMEÇO

VOLTANDO PRO COMEÇO!
Penso que comecei esse caminho de volta aos quarenta e nove anos. O desfrute de um grande amor me tornou jovem. A perda dele me jogou na adolescência e me deixou perdido, procurando um rumo. Continuei retrocedendo com a diminuição das oportunidades de trabalho, que acabou me trazendo de volta à infância. A força foi diminuindo progressivamente, os movimentos se tornando difíceis e perdendo o controle. A fala vai se tornando fraca e menos inteligível. Já não consigo tomar banho e me vestir sozinho. Já tenho dificuldade pra manusear coisas simples como um barbeador, escova de dentes, copos e coisas assim. Chegará o momento em que não conseguirei mais andar, me alimentar sozinho, me virar na cama... até que não consiga mais respirar. Pra completar o processo, ao invés de túmulo ou crematório, duas pernas deveriam se abrir, uma vagina dilatada me sugaria para dentro de um útero, onde eu iria diminuindo de tamanho até me transformar num óvulo, que acabaria sendo expelido por um fluxo menstrual.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pepe: Comparto la filosofia de tu texto Ayude-se. Y me ha impresionado la fuerza poética de Voltando pro començo. Creo que escribes con las palabras exactas -no sobran ni faltan- lo que queires decir.¡Impresiona! Siento no saber tu idioma. Tengo a mano un libro del poeta Fernando Pessoa, del que copio estos versos: "Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada/É livre; quem nao tem , e nao desaja,/ homem é igual os deuses".Un abrazo. Pío

Anônimo disse...

Pepe: Comparto la filosofia de tu texto Ayude-se. Y me ha impresionado la fuerza poética de Voltando pro començo. Creo que escribes con las palabras exactas -no sobran ni faltan- lo que queires decir.¡Impresiona! Siento no saber tu idioma. Tengo a mano un libro del poeta Fernando Pessoa, del que copio estos versos: "Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada/É livre; quem nao tem , e nao desaja,/ homem é igual os deuses".Un abrazo. Pío