Deus, eu gostaria de saber por que o senhor fez pessoas conformadas, que aceitam a maior parte das coisas, passivamente; não questionam, limitando-se a aceitar, elogiar, aprovar, descartar, criticar ou reprovar, sem usar a razão e baseando-se quase exclusivamente em preconceitos, emoções e vontades. Por outro lado, fez imbecis, como eu, que teimam em questionar tudo, viver procurando causas, tentando compreender as coisas, buscando alternativas para o que consideram errado, mesmo sabendo que as soluções, que consigam encontrar, são temporárias e que, provavelmente, o tempo se encarregará de demonstrar que elas, também, não resolvem.
Emquanto algumas pessoas (acho que a maioria) são egoístas e egocêntricas, procurando acumular o máximo sem se importar com quem pagará por isso; outras (muito poucas), teimam em malhar em ferro frio, com conhecimento suficiente para saber que seu sacrifício será inútil; abrindo mão de vantagens que poderiam usufruir, dedicando-se a lutas utópicas, objetivando o bem comum.
O que o senhor pretende com isso? Usar os idiotas solidários para opor alguma dificuldade aos egoístas? O senhor acha que isso tem funcionado?
Os que se dizem seus representantes aqui na Terra, apregoam que o senhor nos deu livre arbítrio e que, portanto, a responsabilidade pelo que nos acontece é nossa, efeito de nossas escolhas. Se isso é verdade, quero acusar que o meu livre arbítrio veio com defeito. Eu gostaria de não conhecer, muito menos compreender, uma porção de coisas; o que só me trouxeram problemas; no entanto, não consigo, sou obrigado a questionar, pesquisar, analisar, refletir, buscando soluções. É evidente que isso é ruim, causa sofrimento e não resolve porra nenhuma! (desculpe pelo, porra). Eu gostaria de aceitar, me acomodar às coisas e tirar proveito delas, mas não consigo. Que porra de livre arbítrio é esse, em que eu quero uma coisa e faço o contrário? (desculpe de novo pelo, porra). Portanto, reitero a reclamação: meu livre arbítrio tá com defeito! Como faço pra trocá-lo por um que funcione? O senhor mantém alguma assistência técnica aqui na Terra?
Peço desculpas pelo atrevimento e aguardo resposta.
Na próxima postagem continuo o questionamento, pois o que mais tenho são dúvidas. Espero que o senhor não se zangue comigo.
Fui!
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
CALA A BOCA CHAVES!
Calla-te! por que no te callas?
O rei Juan Carlos, da Espanha, no Chile, irritado com as intervenções de Hugo Chaves, que impedia o primeiro ministro da Espanha, Zapatero, defender o seu antecessor, a quem o Chaves atacara com acusações.
A imprensa destacou o episódio, provocando discussões e, como não poderia deixar de ser, o principal foi deixado de lado e a meia dúzia de palavras proferidas pelo rei, serviram de mote para ataques e defesa às polêmicas atitudes de Chaves.
O que Chaves tem feito, é acusar o imperialismo estatal e empresarial, que não têm escrúpulos na utilização de métodos que possibilitem e facilitem a exploração. Alguém tem dúvidas de que isso é verdade?
O problema é que o imperialismo, a corrupção e o crime, usam artifícios eficientes para ocultar os responsáveis, o que dificulta e, até, impossibilita a obtenção de provas que identifiquem, sem dúvidas, os planejadores e articuladores. Muita gente sabe quem são os imperialistas, os corruptos, os responsáveis pelo tráfico e os comandantes do crime; a dificuldade é provar.
As pessoas de bem abominam a injustiça. Um número razoável de casos, em que não havia dúvidas sobre a autoria de delitos, mostraram que os acusados eram inocentes. Isso fez com que leis fossem criadas objetivando evitar injustiças. A convicção de que: “É melhor centenas de criminosos livres do que um inocente na cadeia”, orientou a criação de leis que refletissem esse conceito. A conseqüência dessa preocupação foi que: é suficiente levantar dúvidas para impedir condenações, mesmo quando as evidências são gritantes. O custo de evitar algumas injustiças, é a impunidade dos culpados.
O que o Chaves tem feito, é desprezar o benefício da dúvida, usando as evidências para acusar. É evidente que a busca de vantagens levem países poderosos a usar todo tipo de artifícios para explorar os menos favorecidos. O mesmo acontece com relação às empresas em busca de lucro. Esforços para instalar governos que facilitem seus objetivos e derrubar os que os contrariam; faz parte do cotidiano dos exploradores. Ideologias altruístas são manipuladas e usadas a favor dos exploradores, contra os explorados, a quem pretendiam proteger.
A acusação sem provas acaba por beneficiar o acusado, oferecendo-lhe a auréola de injustiçado, transformando o réu em vítima.
É provável que Chaves tenha razão em muitas das acusações que faz. No entanto, a falta de provas, aliada aos exageros nas acusações; municiam os exploradores para transformá-lo de acusador em algoz. É a força bruta da revolta, contra a inteligência refinada a serviço dos poderosos. É como o caso da mulher traída, condenada por injúria, porque prevaleceu a versão do marido, alegando que fazia respiração boca a boca, contra a acusação de que beijava a amante.
O rei Juan Carlos, da Espanha, no Chile, irritado com as intervenções de Hugo Chaves, que impedia o primeiro ministro da Espanha, Zapatero, defender o seu antecessor, a quem o Chaves atacara com acusações.
A imprensa destacou o episódio, provocando discussões e, como não poderia deixar de ser, o principal foi deixado de lado e a meia dúzia de palavras proferidas pelo rei, serviram de mote para ataques e defesa às polêmicas atitudes de Chaves.
O que Chaves tem feito, é acusar o imperialismo estatal e empresarial, que não têm escrúpulos na utilização de métodos que possibilitem e facilitem a exploração. Alguém tem dúvidas de que isso é verdade?
O problema é que o imperialismo, a corrupção e o crime, usam artifícios eficientes para ocultar os responsáveis, o que dificulta e, até, impossibilita a obtenção de provas que identifiquem, sem dúvidas, os planejadores e articuladores. Muita gente sabe quem são os imperialistas, os corruptos, os responsáveis pelo tráfico e os comandantes do crime; a dificuldade é provar.
As pessoas de bem abominam a injustiça. Um número razoável de casos, em que não havia dúvidas sobre a autoria de delitos, mostraram que os acusados eram inocentes. Isso fez com que leis fossem criadas objetivando evitar injustiças. A convicção de que: “É melhor centenas de criminosos livres do que um inocente na cadeia”, orientou a criação de leis que refletissem esse conceito. A conseqüência dessa preocupação foi que: é suficiente levantar dúvidas para impedir condenações, mesmo quando as evidências são gritantes. O custo de evitar algumas injustiças, é a impunidade dos culpados.
O que o Chaves tem feito, é desprezar o benefício da dúvida, usando as evidências para acusar. É evidente que a busca de vantagens levem países poderosos a usar todo tipo de artifícios para explorar os menos favorecidos. O mesmo acontece com relação às empresas em busca de lucro. Esforços para instalar governos que facilitem seus objetivos e derrubar os que os contrariam; faz parte do cotidiano dos exploradores. Ideologias altruístas são manipuladas e usadas a favor dos exploradores, contra os explorados, a quem pretendiam proteger.
A acusação sem provas acaba por beneficiar o acusado, oferecendo-lhe a auréola de injustiçado, transformando o réu em vítima.
É provável que Chaves tenha razão em muitas das acusações que faz. No entanto, a falta de provas, aliada aos exageros nas acusações; municiam os exploradores para transformá-lo de acusador em algoz. É a força bruta da revolta, contra a inteligência refinada a serviço dos poderosos. É como o caso da mulher traída, condenada por injúria, porque prevaleceu a versão do marido, alegando que fazia respiração boca a boca, contra a acusação de que beijava a amante.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
PSICOSE?
O que é psicose, esquizofrenia?
Acredito que seja a impossibilidade do indivíduo de controlar impulsos e vontades, além de alucinações em que o indivíduo sinta e veja coisas irreais.
Há indivíduos para quem as alucinações causam medo e sofrimento. Outros, aceitam a ilusão como realidade e interagem com ela. Qual a causa disso? Haverá causas orgânicas, físicas, químicas ou fisiológicas?
Se as causas não tem origem material, qual a sua origem?
O convívio social oferece, constantemente, motivos para a revolta dos indivíduos. Abuso de autoridade, desrespeito a direitos alheios, recusa a cumprir com deveres, egoísmo e prepotência; fazem parte do dia a dia; provocando revolta e exigindo hipocrisia para não manifestá-la por temer retaliações, punições ou qualquer outro tipo de reação que possa aumentar o prejuízo do revoltado.
Acredito que o maior motivo para conter a revolta é o medo de ser considerado “louco”.
Quem não controla suas reações é considerado um perigo pois pode expor os outros ao que não estão dispostos. Uma maneira de se livrar de situações embaraçosas é acusar a quem as causou de “louco”. Talvez, aí, esteja a justificativa para a maioria do preconceito da sociedade para com os psicóticos.
É normal que quem tem algum poder seja classificado de excêntrico enquanto, quem não o tem, é simplesmente “louco”, embora os motivos da classificação sejam os mesmos.
Por outro lado, há quem tenha problemas psíquicos por não conseguir externar sua revolta, abrigando-a, sendo corroído por ela.
Afinal, o que é psicose ou esquizofrenia?
Acredito que seja a impossibilidade do indivíduo de controlar impulsos e vontades, além de alucinações em que o indivíduo sinta e veja coisas irreais.
Há indivíduos para quem as alucinações causam medo e sofrimento. Outros, aceitam a ilusão como realidade e interagem com ela. Qual a causa disso? Haverá causas orgânicas, físicas, químicas ou fisiológicas?
Se as causas não tem origem material, qual a sua origem?
O convívio social oferece, constantemente, motivos para a revolta dos indivíduos. Abuso de autoridade, desrespeito a direitos alheios, recusa a cumprir com deveres, egoísmo e prepotência; fazem parte do dia a dia; provocando revolta e exigindo hipocrisia para não manifestá-la por temer retaliações, punições ou qualquer outro tipo de reação que possa aumentar o prejuízo do revoltado.
Acredito que o maior motivo para conter a revolta é o medo de ser considerado “louco”.
Quem não controla suas reações é considerado um perigo pois pode expor os outros ao que não estão dispostos. Uma maneira de se livrar de situações embaraçosas é acusar a quem as causou de “louco”. Talvez, aí, esteja a justificativa para a maioria do preconceito da sociedade para com os psicóticos.
É normal que quem tem algum poder seja classificado de excêntrico enquanto, quem não o tem, é simplesmente “louco”, embora os motivos da classificação sejam os mesmos.
Por outro lado, há quem tenha problemas psíquicos por não conseguir externar sua revolta, abrigando-a, sendo corroído por ela.
Afinal, o que é psicose ou esquizofrenia?
sábado, 13 de outubro de 2007
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
TRÁFICO DE DROGAS
DISCRIMINALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE DROGAS
É evidente que considerar como crime o comércio de drogas não impediu que ele se alastrasse e tenda a continuar crescendo.
O objetivo da lei, caracterizando esse comércio como crime, é impedir que ele aconteça, possibilitando punir quem se atreva a contrariá-la, prendendo os infratores e esperando que o temor da punição impeça o ingresso de pessoas nesse comércio.
Não funcionou. Não porque a prisão não seja temida. Ninguém gosta de passar anos encarcerado, com total restrição da liberdade. O que propicia o desafio é a relação custo/benefício. Os envolvidos nesse crime consideram que o benefício conseguido é muito maior que o eventual custo representado pela perda da liberdade.
Embora a perda da liberdade seja um custo muito alto e seja senso comum que não há dinheiro que a compense; cada vez mais indivíduos se atrevem a correr o risco. Por que?
Em primeiro lugar está a prepotência que faz o indivíduo acreditar que é mais esperto que os outros, que não cometerá os erros que eles cometeram e, portanto, não será descoberto. Para diminuir o risco, caso seja descoberto, conta com a corrupção para continuar impune. Caso a corrupção não funcione, ele conta com o poder da força de reação, armando-se e cercando-se de gente disposta a defendê-lo, impedindo que os agentes da lei cheguem até ele.
Se, ainda assim, ele chegar a ser preso, conta com a possibilidade de fuga, a corrupção no judiciário, a competência de advogados de defesa contra a incompetência dos encarregados da acusação. Na pior das hipóteses, poderá contar com regalias no presídio que atenuem a falta de liberdade.
Essa diminuição do custo tem um preço que os lucros do negócio podem pagar, sobrando, ainda, grandes quantias para serem gastas ou acumuladas.
A ambição e o egoísmo ressaltam os benefícios e desvalorizam os custos. A facilidade de conseguir muito dinheiro e o poder que ele representa, fascinam o ambicioso e dificultam que ele valorize realmente a vida, a liberdade, a dignidade e outros valores que ficam encobertos e, até, totalmente enterrados. Os benefícios são super-valorizados enquanto os custos são considerados desprezíveis.
A ambição não é exclusividade do traficante, afeta policiais, servidores da justiça, políticos e parte da população. O dinheiro do tráfico alimenta a ambição de muitos que se empenham para que essa fonte continue a saciá-los, criando todo tipo de obstáculos para impedir que seja destruída.
Numa população miserável e ambiciosa, não faltam candidatos a serviçais do tráfico. Além do dinheiro e a sensação de poder, os operários do tráfico se sentem reagindo à opressão e desrespeito que a camada dominante da sociedade sempre lhes impingiu.
Muitas pessoas não envolvidas com o tráfico nem com o combate a ele, o vêem com simpatia porque são beneficiados com doações e promessas de proteção.
Tudo isso torna o negócio de drogas altamente atraente à ambição, prometendo benefícios enormes a custos insignificantes. Não faltam candidatos a entrar nele ou a tentar expandi-lo, conquistando territórios a custa de verdadeiras batalhas urbanas.
O que propicia esse negócio é o dinheiro carreado pelos usuários, como minúsculas gotas que formam um oceano. Ao contrário do que o senso comum acredita, a porcentagem de dependentes é muito pequena e o tráfico pode prescindir deles que, por sinal, são mais geradores de problemas do que benefícios para o tráfico. Eles têm dificuldade de conseguir dinheiro e, depois de explorar ao máximo as possibilidades da família, se dedicam a crimes e contravenções para alimentar o vício. Os dependentes são geradores de grandes problemas tanto para a sociedade quanto para o tráfico. Quando colocados a serviço do tráfico, causam mais problemas que benefícios. Os que mais se beneficiam dos dependentes, são os receptadores que obtém grandes lucros com os produtos que adquirem por preços aviltantes.
Enquanto a ambição oferece grande número de pretendentes aos benefícios oferecidos pelo tráfico, uma minoria diminuta se dispõe a combatê-lo, motivados pela moral, com desapego por bens materiais, dispostos a enfrentar os sacrifícios, que não são poucos. Só abnegados aventureiros, idealistas, verdadeiros loucos, se atrevem a opor resistência à escalada do tráfico. Infelizmente são exceção, mas, mesmo assim, são a pedra no sapato desse comércio, evitando que se alastre com maior velocidade. No entanto, não conseguem mais que isso.
Uma parte dos policiais opta pela omissão, evitando riscos, preocupado, apenas, em garantir seu salário. Haverá, nesse meio, espaço para mentes preocupadas em encontrar meios de combater o crime sem violência, enfrentando a corrupção e motivando para a ação eficaz?
Se as polícias através de seus serviços reservados e corregedorias não conseguem identificar os membros corruptos e relapsos, como se pode esperar que identifiquem criminosos, obtenham dados suficientes para incriminá-los e prendê-los?
Há quem defenda que a descriminalização do comércio de drogas, oferecendo-a no comércio normal; acabaria com esse tipo de crime ao eliminar-lhe o fundamento, que é o dinheiro. Sem ele não haveria como comprar armas, contratar asseclas, comprar conivência. Sem crime, não haveria necessidade de corromper políticos, polícia e judiciário. Parece evidente que a descriminalização acabaria com esse tipo de crime e muitas das suas conseqüências, no entanto, não acabaria com os criminosos. Que fariam eles para sobreviver e satisfazer sua ambição? É evidente que a última coisa que fariam, seria arrumar empregos honestos e viver de acordo com as regras sociais e com respeito a direitos e deveres. Parece evidente que a maioria buscaria outros ramos criminosos como: seqüestro, assalto, etc. Isso seguiria alimentando a corrupção e a conivência.
O problema está nas características do indivíduo, na ambição, no egoísmo, na falta de respeito pelo outro, na desvalorização da moral e da dignidade, na prepotência de achar que conhece o que lhe é totalmente desconhecido. Todos acreditam ter razão e apontam para longe de si as causas dos problemas. Quando todos fazem isso, que possibilidades há de soluções?
Indivíduos contaminam as instituições, que contaminam os seus membros. É um circulo vicioso difícil de ser rompido.
O dramático disso tudo é a facilidade com que os indivíduos são corrompidos e a enorme dificuldade de recuperá-los.
Ao que tudo indica, o combate tem se dirigido à frente errada. São atacados o crime e a corrupção enquanto a ambição e o egoísmo não merecem a menor atenção. É como dedicar todo o esforço no atendimento aos doentes, desprezando totalmente os vírus, bactérias e transmissores.
É evidente que considerar como crime o comércio de drogas não impediu que ele se alastrasse e tenda a continuar crescendo.
O objetivo da lei, caracterizando esse comércio como crime, é impedir que ele aconteça, possibilitando punir quem se atreva a contrariá-la, prendendo os infratores e esperando que o temor da punição impeça o ingresso de pessoas nesse comércio.
Não funcionou. Não porque a prisão não seja temida. Ninguém gosta de passar anos encarcerado, com total restrição da liberdade. O que propicia o desafio é a relação custo/benefício. Os envolvidos nesse crime consideram que o benefício conseguido é muito maior que o eventual custo representado pela perda da liberdade.
Embora a perda da liberdade seja um custo muito alto e seja senso comum que não há dinheiro que a compense; cada vez mais indivíduos se atrevem a correr o risco. Por que?
Em primeiro lugar está a prepotência que faz o indivíduo acreditar que é mais esperto que os outros, que não cometerá os erros que eles cometeram e, portanto, não será descoberto. Para diminuir o risco, caso seja descoberto, conta com a corrupção para continuar impune. Caso a corrupção não funcione, ele conta com o poder da força de reação, armando-se e cercando-se de gente disposta a defendê-lo, impedindo que os agentes da lei cheguem até ele.
Se, ainda assim, ele chegar a ser preso, conta com a possibilidade de fuga, a corrupção no judiciário, a competência de advogados de defesa contra a incompetência dos encarregados da acusação. Na pior das hipóteses, poderá contar com regalias no presídio que atenuem a falta de liberdade.
Essa diminuição do custo tem um preço que os lucros do negócio podem pagar, sobrando, ainda, grandes quantias para serem gastas ou acumuladas.
A ambição e o egoísmo ressaltam os benefícios e desvalorizam os custos. A facilidade de conseguir muito dinheiro e o poder que ele representa, fascinam o ambicioso e dificultam que ele valorize realmente a vida, a liberdade, a dignidade e outros valores que ficam encobertos e, até, totalmente enterrados. Os benefícios são super-valorizados enquanto os custos são considerados desprezíveis.
A ambição não é exclusividade do traficante, afeta policiais, servidores da justiça, políticos e parte da população. O dinheiro do tráfico alimenta a ambição de muitos que se empenham para que essa fonte continue a saciá-los, criando todo tipo de obstáculos para impedir que seja destruída.
Numa população miserável e ambiciosa, não faltam candidatos a serviçais do tráfico. Além do dinheiro e a sensação de poder, os operários do tráfico se sentem reagindo à opressão e desrespeito que a camada dominante da sociedade sempre lhes impingiu.
Muitas pessoas não envolvidas com o tráfico nem com o combate a ele, o vêem com simpatia porque são beneficiados com doações e promessas de proteção.
Tudo isso torna o negócio de drogas altamente atraente à ambição, prometendo benefícios enormes a custos insignificantes. Não faltam candidatos a entrar nele ou a tentar expandi-lo, conquistando territórios a custa de verdadeiras batalhas urbanas.
O que propicia esse negócio é o dinheiro carreado pelos usuários, como minúsculas gotas que formam um oceano. Ao contrário do que o senso comum acredita, a porcentagem de dependentes é muito pequena e o tráfico pode prescindir deles que, por sinal, são mais geradores de problemas do que benefícios para o tráfico. Eles têm dificuldade de conseguir dinheiro e, depois de explorar ao máximo as possibilidades da família, se dedicam a crimes e contravenções para alimentar o vício. Os dependentes são geradores de grandes problemas tanto para a sociedade quanto para o tráfico. Quando colocados a serviço do tráfico, causam mais problemas que benefícios. Os que mais se beneficiam dos dependentes, são os receptadores que obtém grandes lucros com os produtos que adquirem por preços aviltantes.
Enquanto a ambição oferece grande número de pretendentes aos benefícios oferecidos pelo tráfico, uma minoria diminuta se dispõe a combatê-lo, motivados pela moral, com desapego por bens materiais, dispostos a enfrentar os sacrifícios, que não são poucos. Só abnegados aventureiros, idealistas, verdadeiros loucos, se atrevem a opor resistência à escalada do tráfico. Infelizmente são exceção, mas, mesmo assim, são a pedra no sapato desse comércio, evitando que se alastre com maior velocidade. No entanto, não conseguem mais que isso.
Uma parte dos policiais opta pela omissão, evitando riscos, preocupado, apenas, em garantir seu salário. Haverá, nesse meio, espaço para mentes preocupadas em encontrar meios de combater o crime sem violência, enfrentando a corrupção e motivando para a ação eficaz?
Se as polícias através de seus serviços reservados e corregedorias não conseguem identificar os membros corruptos e relapsos, como se pode esperar que identifiquem criminosos, obtenham dados suficientes para incriminá-los e prendê-los?
Há quem defenda que a descriminalização do comércio de drogas, oferecendo-a no comércio normal; acabaria com esse tipo de crime ao eliminar-lhe o fundamento, que é o dinheiro. Sem ele não haveria como comprar armas, contratar asseclas, comprar conivência. Sem crime, não haveria necessidade de corromper políticos, polícia e judiciário. Parece evidente que a descriminalização acabaria com esse tipo de crime e muitas das suas conseqüências, no entanto, não acabaria com os criminosos. Que fariam eles para sobreviver e satisfazer sua ambição? É evidente que a última coisa que fariam, seria arrumar empregos honestos e viver de acordo com as regras sociais e com respeito a direitos e deveres. Parece evidente que a maioria buscaria outros ramos criminosos como: seqüestro, assalto, etc. Isso seguiria alimentando a corrupção e a conivência.
O problema está nas características do indivíduo, na ambição, no egoísmo, na falta de respeito pelo outro, na desvalorização da moral e da dignidade, na prepotência de achar que conhece o que lhe é totalmente desconhecido. Todos acreditam ter razão e apontam para longe de si as causas dos problemas. Quando todos fazem isso, que possibilidades há de soluções?
Indivíduos contaminam as instituições, que contaminam os seus membros. É um circulo vicioso difícil de ser rompido.
O dramático disso tudo é a facilidade com que os indivíduos são corrompidos e a enorme dificuldade de recuperá-los.
Ao que tudo indica, o combate tem se dirigido à frente errada. São atacados o crime e a corrupção enquanto a ambição e o egoísmo não merecem a menor atenção. É como dedicar todo o esforço no atendimento aos doentes, desprezando totalmente os vírus, bactérias e transmissores.
AUTO FLAGELO?
Haveria alguma maneira de alterar o comportamento dos indivíduos, eliminando muitos dos problemas e melhorando as chances de felicidade?
É razoável considerar a necessidade de identificar os problemas que geram sofrimento e as fontes de felicidade, listando e classificando.
O que leva o indivíduo a roubar, ser corrupto ou apropriar-se, de qualquer outra maneira, do que não lhe pertence ou a que não tem direito?
- Insegurança quanto ao futuro
- Super-valorização de bens materiais
- Ansiedade, pressa em conseguir o objetivo
- Preguiça, indisposição para fazer o necessário
- Super-valorização dos direitos e desprezo pelos deveres
- Egoísmo
- Vaidade
INSEGURANÇA QUANTO AO FUTURO
O medo de não ter como enfrentar problemas de doenças, de não ter um mínimo de conforto na velhice ou de enfrentar dificuldades com a própria sobrevivência; forçam o indivíduo a acumular riqueza, tentando capacitar-se para enfrentar dificuldades futuras. Por ser impossível imaginar que tipo de dificuldades poderemos enfrentar, é impossível estabelecer quanto seria necessário para enfrentá-las; isso leva o indivíduo a tentar acumular o máximo possível.
Uma sociedade que garantisse a sobrevivência, o atendimento à saúde e um mínimo de conforto, quando o indivíduo não tivesse mais como consegui-lo por seus próprios meios; o desobrigaria da necessidade de acumular.
É evidente que só uma minoria consegue acumular capital significativo e suficiente para enfrentar qualquer tipo de dificuldade. Um número maior, mas ainda muito pequeno, consegue garantir o futuro desde que não lhe aconteçam coisas excepcionais. A grande maioria dos indivíduos fica como um barco a deriva: totalmente exposto aos acontecimentos, sem condições de socorrer-se.
Parece que o razoável é um sistema de previdência social, onde todos os indivíduos contribuam para um fundo que garanta um mínimo de dignidade ao indivíduo até a morte. A despreocupação com o futuro, pode aliviar em muito os problemas que afligem o indivíduo, evitando que tente se apropriar do que não tem direito e que gera grandes prejuízos a terceiros e à sociedade como um todo.
SUPER-VALORIZAÇÃO DE BENS MATERIAIS
A crença de que tudo pode ser comprado e de que a felicidade depende do que se pode comprar; provoca o indivíduo a conseguir o máximo possível de bens materiais.
Quem não consegue se contentar com o que pode conseguir com seu esforço próprio, dedica-se a explorar terceiros ou a apropriar-se indevidamente do que pretende ou dos meios para consegui-lo.
Muitos dos bens que o indivíduo persegue, quando conseguidos, se mostram insatisfatórios e não geram a felicidade esperada. Esse tipo de frustração é mais comum do que a maioria percebe. É um grande desperdício de esforços que, com alguma racionalidade e aproveitamento de experiências alheias, poderia evitar, diminuindo a pressão por conquistas.
Os restos de comida jogados fora, o descuido com roupas e calçados, o mau uso de energia e água, são exemplos de desperdício de esforço para conseguir mais do que é necessário. O consumo racional propiciaria economizar esforços ou dirigi-los para outras necessidades.
Acumular quantidades exageradas de roupas e calçados é outro exemplo de desperdício de esforço para consegui-los. A maioria de quem faz isso é porque o esforço empenhado para conseguir essas coisas não é o seu.
Felicidade ou infelicidade são resultado de sentimentos. Conquistas materiais podem causar sentimentos felizes ou frustrações, no entanto, amor, ódio, amizade, depressão, euforia, etc., podem acontecer independente de qualquer bem material. Os bens materiais podem ajudar ou prejudicar esses sentimentos, mas dificilmente são a causa principal. A não compreensão disso, desvirtua os valores e desvia os caminhos que possibilitam atingir os objetivos.
Não depende do indivíduo o surgimento de um grande amor ou de uma grande amizade, nem a manifestação de depressão ou euforia. Talvez, para não sentir-se impotente, o ser humano se dedique a conquistar bens materiais, convencendo-se que pode determinar sua vida, desconsiderando influências misteriosas que o atingem, gerando sentimentos, independente de sua vontade. Essas influências misteriosas são evidentes e qualquer indivíduo tem exemplos pessoais que as comprovam. Por que é tão difícil aceitar isso?
ANSIEDADE, PRESSA EM CONSEGUIR O OBJETIVO
A ansiedade impele o indivíduo a tentar satisfazer de imediato suas vontades. Ela dificulta a racionalidade e a avaliação moral. Ela quer e faz tudo para eliminar qualquer coisa que se oponha a esse querer, principalmente, a análise custo/benefício.
Descontrolada, a ansiedade leva o indivíduo a praticar os maiores absurdos, dominado pela prepotência e pelo egoísmo.
Estudar para conseguir um bom emprego, que propicie um bom salário, que permita adquirir um bem desejado; é um caminho desprezado pela ansiedade. Ela quer o bem agora, sem considerar as dificuldades, sem avaliar se a conquista propiciará satisfação ou frustração. Ela quer, e ponto final.
A ansiedade causa grande mal estar, domina o pensamento, impulsionando o indivíduo a satisfazer a vontade rapidamente. Ela é grande incentivadora do roubo, corrupção e todo tipo de falcatrua.
PREGUIÇA, INDISPOSIÇÃO PARA FAZER O NECESSÁRIO.
A indisposição para atividades físicas e intelectuais fazem com que o indivíduo despreze seus deveres, sem abrir mão de seus direitos. Preguiça mais ansiedade, aniquilam a racionalidade e os valores positivos da moral.
EGOÍSMO
Ele é a super-valorização dos direitos e total desprezo aos deveres. Não importa que um pequeno benefício provoque custos altíssimos a terceiros. A prepotência costuma ser grande companheira do egoísmo. É uma dupla altamente prejudicial que, associada à ansiedade, formam um conjunto altamente destrutivo, causador de grandes prejuízos e sofrimento. São uma porta escancarada a tudo que é ilícito.
VAIDADE
O desejo de sentir-se poderoso e admirado, sem a disposição para consegui-lo por meios lícitos, é grande incentivo para distorções morais. É difícil que alguém não goste e deseje ser admirado, quando isso for resultado de reconhecimento de qualidades positivas. Quando o indivíduo acredita que só pode ser admirado através do poder, suas ações serão sempre prejudiciais.
Muitas pessoas acreditam no poder da estética e se consideram amadas quando só despertam desejo. Um homem que ama uma mulher feia, poderá ser atraído pela beleza de outra mulher, mas não a amará nem deixará de amar a feia.
Um homem poderoso atrairá muitos bajuladores, mas dificilmente merecerá admiração sincera.
Tentando motivar, incentiva-se a competição. Em contra partida à motivação conseguida, é enorme o sofrimento e prejuízos resultantes da competição.
O capitalismo incentiva o consumo, justificando que ele gera trabalho e, conseqüentemente, renda. Diminuindo a necessidade de bens, diminui a necessidade de renda e, conseqüentemente, de trabalho.
Se a renda não for a motivação do trabalho, este poderá gerar benefícios reais, aplicado em prioridades, priorizando bem estar e felicidade.
A cooperação pode diminuir sensivelmente a necessidade de consumo. Eletrodomésticos comunitários poderiam diminuir em muito a necessidade de posse particular. Liquidificadores, batedeiras, multiprocessadores, máquinas de lavar e de costura, etc. teriam aproveitamento muito maior quando compartilhados por grupos de famílias, incentivando a solidariedade, combatendo o egoísmo, valorizando os direitos e deveres e a justiça na sua consideração. Muitos outros equipamentos e máquinas poderiam ser compartilhados, diminuindo a necessidade de consumo.
A cooperação obriga o convívio que gera conflitos e força soluções. O isolamento alimenta hipocrisia, camuflando conflitos, dificultando soluções, alimentando ódios e desejo de vingança.
A grande hipocrisia da sociedade está em defender a solidariedade, enquanto incentiva o individualismo egoísta e a competição.
As pessoas se deixam iludir pela aparência, desprezando os sentimentos. Ao mesmo tempo que o luxo e a ostentação chamam a atenção, intensamente, muito poucos atentam para os sentimentos de quem ostenta. O empregado vê o patrão chegar em carro de luxo, vestindo roupas de grife, freqüentando festas e restaurantes de luxo, mas não percebe o medo que pode estar sentindo, a falta de afeto, de amor; as angústias, frustrações e desilusões. Enquanto o empregado se diverte, na hora do almoço, com os companheiros; o patrão pode estar chorando sofrimentos sentimentais, que não demonstra, mas tem. Enquanto o empregado reclama da falta de dinheiro, o patrão morre de medo de perder o que tem e o não poder desfrutá-lo a contento.
Se os verdadeiros sentimentos dos poderosos fosse conhecido de todos, provavelmente o desejo de poder não atingiria tantas pessoas. Nem os próprios poderosos tem consciência de que a causa de suas conquistas podem ser as mesmas que causaram sua infelicidade. Que a luta para manter o conquistado, pode alimentar seu sofrimento.
O fato é que: sem a ajuda dos poderosos dificilmente se conseguirão mudanças substanciais na sociedade. A maior arma dos poderosos é a educação, através da qual os explorados são preparados para sê-lo e, até, para colaborar e tornar mais eficiente a exploração.
Uma educação que preparasse o indivíduo para conhecer-se, identificar suas características e talentos, preparando-o para assimilar conhecimento, compreendendo-o ou questionando-o; respeitando os direitos e deveres; sabendo das forças misteriosas que costumam influenciá-lo, capacitando-se para enfrentar as que lhe forem prejudiciais; possibilitaria mudanças para uma sociedade mais feliz e com menos problemas.
No entanto, essas mudanças afetariam o sistema de forças hoje existentes, provocando os detentores do poder a opor-se ao que pudesse causar isso.
É razoável considerar a necessidade de identificar os problemas que geram sofrimento e as fontes de felicidade, listando e classificando.
O que leva o indivíduo a roubar, ser corrupto ou apropriar-se, de qualquer outra maneira, do que não lhe pertence ou a que não tem direito?
- Insegurança quanto ao futuro
- Super-valorização de bens materiais
- Ansiedade, pressa em conseguir o objetivo
- Preguiça, indisposição para fazer o necessário
- Super-valorização dos direitos e desprezo pelos deveres
- Egoísmo
- Vaidade
INSEGURANÇA QUANTO AO FUTURO
O medo de não ter como enfrentar problemas de doenças, de não ter um mínimo de conforto na velhice ou de enfrentar dificuldades com a própria sobrevivência; forçam o indivíduo a acumular riqueza, tentando capacitar-se para enfrentar dificuldades futuras. Por ser impossível imaginar que tipo de dificuldades poderemos enfrentar, é impossível estabelecer quanto seria necessário para enfrentá-las; isso leva o indivíduo a tentar acumular o máximo possível.
Uma sociedade que garantisse a sobrevivência, o atendimento à saúde e um mínimo de conforto, quando o indivíduo não tivesse mais como consegui-lo por seus próprios meios; o desobrigaria da necessidade de acumular.
É evidente que só uma minoria consegue acumular capital significativo e suficiente para enfrentar qualquer tipo de dificuldade. Um número maior, mas ainda muito pequeno, consegue garantir o futuro desde que não lhe aconteçam coisas excepcionais. A grande maioria dos indivíduos fica como um barco a deriva: totalmente exposto aos acontecimentos, sem condições de socorrer-se.
Parece que o razoável é um sistema de previdência social, onde todos os indivíduos contribuam para um fundo que garanta um mínimo de dignidade ao indivíduo até a morte. A despreocupação com o futuro, pode aliviar em muito os problemas que afligem o indivíduo, evitando que tente se apropriar do que não tem direito e que gera grandes prejuízos a terceiros e à sociedade como um todo.
SUPER-VALORIZAÇÃO DE BENS MATERIAIS
A crença de que tudo pode ser comprado e de que a felicidade depende do que se pode comprar; provoca o indivíduo a conseguir o máximo possível de bens materiais.
Quem não consegue se contentar com o que pode conseguir com seu esforço próprio, dedica-se a explorar terceiros ou a apropriar-se indevidamente do que pretende ou dos meios para consegui-lo.
Muitos dos bens que o indivíduo persegue, quando conseguidos, se mostram insatisfatórios e não geram a felicidade esperada. Esse tipo de frustração é mais comum do que a maioria percebe. É um grande desperdício de esforços que, com alguma racionalidade e aproveitamento de experiências alheias, poderia evitar, diminuindo a pressão por conquistas.
Os restos de comida jogados fora, o descuido com roupas e calçados, o mau uso de energia e água, são exemplos de desperdício de esforço para conseguir mais do que é necessário. O consumo racional propiciaria economizar esforços ou dirigi-los para outras necessidades.
Acumular quantidades exageradas de roupas e calçados é outro exemplo de desperdício de esforço para consegui-los. A maioria de quem faz isso é porque o esforço empenhado para conseguir essas coisas não é o seu.
Felicidade ou infelicidade são resultado de sentimentos. Conquistas materiais podem causar sentimentos felizes ou frustrações, no entanto, amor, ódio, amizade, depressão, euforia, etc., podem acontecer independente de qualquer bem material. Os bens materiais podem ajudar ou prejudicar esses sentimentos, mas dificilmente são a causa principal. A não compreensão disso, desvirtua os valores e desvia os caminhos que possibilitam atingir os objetivos.
Não depende do indivíduo o surgimento de um grande amor ou de uma grande amizade, nem a manifestação de depressão ou euforia. Talvez, para não sentir-se impotente, o ser humano se dedique a conquistar bens materiais, convencendo-se que pode determinar sua vida, desconsiderando influências misteriosas que o atingem, gerando sentimentos, independente de sua vontade. Essas influências misteriosas são evidentes e qualquer indivíduo tem exemplos pessoais que as comprovam. Por que é tão difícil aceitar isso?
ANSIEDADE, PRESSA EM CONSEGUIR O OBJETIVO
A ansiedade impele o indivíduo a tentar satisfazer de imediato suas vontades. Ela dificulta a racionalidade e a avaliação moral. Ela quer e faz tudo para eliminar qualquer coisa que se oponha a esse querer, principalmente, a análise custo/benefício.
Descontrolada, a ansiedade leva o indivíduo a praticar os maiores absurdos, dominado pela prepotência e pelo egoísmo.
Estudar para conseguir um bom emprego, que propicie um bom salário, que permita adquirir um bem desejado; é um caminho desprezado pela ansiedade. Ela quer o bem agora, sem considerar as dificuldades, sem avaliar se a conquista propiciará satisfação ou frustração. Ela quer, e ponto final.
A ansiedade causa grande mal estar, domina o pensamento, impulsionando o indivíduo a satisfazer a vontade rapidamente. Ela é grande incentivadora do roubo, corrupção e todo tipo de falcatrua.
PREGUIÇA, INDISPOSIÇÃO PARA FAZER O NECESSÁRIO.
A indisposição para atividades físicas e intelectuais fazem com que o indivíduo despreze seus deveres, sem abrir mão de seus direitos. Preguiça mais ansiedade, aniquilam a racionalidade e os valores positivos da moral.
EGOÍSMO
Ele é a super-valorização dos direitos e total desprezo aos deveres. Não importa que um pequeno benefício provoque custos altíssimos a terceiros. A prepotência costuma ser grande companheira do egoísmo. É uma dupla altamente prejudicial que, associada à ansiedade, formam um conjunto altamente destrutivo, causador de grandes prejuízos e sofrimento. São uma porta escancarada a tudo que é ilícito.
VAIDADE
O desejo de sentir-se poderoso e admirado, sem a disposição para consegui-lo por meios lícitos, é grande incentivo para distorções morais. É difícil que alguém não goste e deseje ser admirado, quando isso for resultado de reconhecimento de qualidades positivas. Quando o indivíduo acredita que só pode ser admirado através do poder, suas ações serão sempre prejudiciais.
Muitas pessoas acreditam no poder da estética e se consideram amadas quando só despertam desejo. Um homem que ama uma mulher feia, poderá ser atraído pela beleza de outra mulher, mas não a amará nem deixará de amar a feia.
Um homem poderoso atrairá muitos bajuladores, mas dificilmente merecerá admiração sincera.
Tentando motivar, incentiva-se a competição. Em contra partida à motivação conseguida, é enorme o sofrimento e prejuízos resultantes da competição.
O capitalismo incentiva o consumo, justificando que ele gera trabalho e, conseqüentemente, renda. Diminuindo a necessidade de bens, diminui a necessidade de renda e, conseqüentemente, de trabalho.
Se a renda não for a motivação do trabalho, este poderá gerar benefícios reais, aplicado em prioridades, priorizando bem estar e felicidade.
A cooperação pode diminuir sensivelmente a necessidade de consumo. Eletrodomésticos comunitários poderiam diminuir em muito a necessidade de posse particular. Liquidificadores, batedeiras, multiprocessadores, máquinas de lavar e de costura, etc. teriam aproveitamento muito maior quando compartilhados por grupos de famílias, incentivando a solidariedade, combatendo o egoísmo, valorizando os direitos e deveres e a justiça na sua consideração. Muitos outros equipamentos e máquinas poderiam ser compartilhados, diminuindo a necessidade de consumo.
A cooperação obriga o convívio que gera conflitos e força soluções. O isolamento alimenta hipocrisia, camuflando conflitos, dificultando soluções, alimentando ódios e desejo de vingança.
A grande hipocrisia da sociedade está em defender a solidariedade, enquanto incentiva o individualismo egoísta e a competição.
As pessoas se deixam iludir pela aparência, desprezando os sentimentos. Ao mesmo tempo que o luxo e a ostentação chamam a atenção, intensamente, muito poucos atentam para os sentimentos de quem ostenta. O empregado vê o patrão chegar em carro de luxo, vestindo roupas de grife, freqüentando festas e restaurantes de luxo, mas não percebe o medo que pode estar sentindo, a falta de afeto, de amor; as angústias, frustrações e desilusões. Enquanto o empregado se diverte, na hora do almoço, com os companheiros; o patrão pode estar chorando sofrimentos sentimentais, que não demonstra, mas tem. Enquanto o empregado reclama da falta de dinheiro, o patrão morre de medo de perder o que tem e o não poder desfrutá-lo a contento.
Se os verdadeiros sentimentos dos poderosos fosse conhecido de todos, provavelmente o desejo de poder não atingiria tantas pessoas. Nem os próprios poderosos tem consciência de que a causa de suas conquistas podem ser as mesmas que causaram sua infelicidade. Que a luta para manter o conquistado, pode alimentar seu sofrimento.
O fato é que: sem a ajuda dos poderosos dificilmente se conseguirão mudanças substanciais na sociedade. A maior arma dos poderosos é a educação, através da qual os explorados são preparados para sê-lo e, até, para colaborar e tornar mais eficiente a exploração.
Uma educação que preparasse o indivíduo para conhecer-se, identificar suas características e talentos, preparando-o para assimilar conhecimento, compreendendo-o ou questionando-o; respeitando os direitos e deveres; sabendo das forças misteriosas que costumam influenciá-lo, capacitando-se para enfrentar as que lhe forem prejudiciais; possibilitaria mudanças para uma sociedade mais feliz e com menos problemas.
No entanto, essas mudanças afetariam o sistema de forças hoje existentes, provocando os detentores do poder a opor-se ao que pudesse causar isso.
sábado, 6 de outubro de 2007
TEM SOLUÇÃO?
Como é que conseguimos viver e conviver com tantas incoerências?
Os pais pretendem super-proteger os filhos dificultando que aprendam a se defender das armadilhas e males que a vida oferece. Dizem-lhes para serem humildes e solidários, enquanto os incentivam a ser prepotentes e egoístas.
Os professores preparam os alunos para dar respostas ao invés de prepará-los para resolver problemas.
No mercado de trabalho, imperam a prepotência e o egoísmo, dificultando que os erros sejam aproveitados como aprendizado e que a colaboração facilite o trabalho, diminua dificuldades, melhore a produtividade e propicie um ambiente feliz. A competição é estimulada, acreditando que ela gera motivação quando, na verdade, causa medo, insegurança, diminui escrúpulos, gera tensões e provoca sofrimento.
Os marginais provocam grandes prejuízos e sofrimento e vivem uma vida miserável, com medo de serem descobertos, de perder o que conseguiram, sem dignidade, escravos de bens materiais que não conseguem aproveitar.
Políticos e servidores públicos que, ao invés de trabalharem para o bem da população, roubam-na inescrupulosamente, impedindo que consigam benefícios, facilitando que sejam explorados ao invés de lutar contra isso.
A maioria da população não luta pelo fim da exploração, com a esperança de mudar de lado e conseguir, um dia, poder explorar, também. A crença na onipotência do dinheiro desvirtua valores e leva as pessoas a buscar felicidade na dor, no sofrimento e no prejuízo alheios, sem perceber que as maiores vítimas são elas mesmas.
Policiais incentivam o crime ao exigir grandes somas para livrar o bandido da prisão, vendendo alvarás para crimes impunes, aumentando o risco para companheiros empenhados em promover a segurança pública.
Muitos servidores da saúde estão a serviço da doença, da dor e do sofrimento, obtendo grande sucesso no seu objetivo, sobrecarregando outros que se empenham na cura, no alívio da dor e do sofrimento.
Bandidos que não conseguiram benefícios na corrupção policial, obtêm-nos junto a servidores da justiça, que os libertam, causando revolta nos policiais que se empenharam para prendê-los e provar sua culpa.
O povo quer solução, mas se nega a lutar por ela. Exige direitos enquanto foge dos deveres. Repudia os que se dispõe a lutar por ele e apóia os que o iludem com promessas mirabolantes.
Será que, seja lá onde estejam, Cristo, Martin Luther King, Che Guevara e Madre Tereza de Caucutá, entre outros, percebem a inutilidade de seus sacrifícios?
Os pais pretendem super-proteger os filhos dificultando que aprendam a se defender das armadilhas e males que a vida oferece. Dizem-lhes para serem humildes e solidários, enquanto os incentivam a ser prepotentes e egoístas.
Os professores preparam os alunos para dar respostas ao invés de prepará-los para resolver problemas.
No mercado de trabalho, imperam a prepotência e o egoísmo, dificultando que os erros sejam aproveitados como aprendizado e que a colaboração facilite o trabalho, diminua dificuldades, melhore a produtividade e propicie um ambiente feliz. A competição é estimulada, acreditando que ela gera motivação quando, na verdade, causa medo, insegurança, diminui escrúpulos, gera tensões e provoca sofrimento.
Os marginais provocam grandes prejuízos e sofrimento e vivem uma vida miserável, com medo de serem descobertos, de perder o que conseguiram, sem dignidade, escravos de bens materiais que não conseguem aproveitar.
Políticos e servidores públicos que, ao invés de trabalharem para o bem da população, roubam-na inescrupulosamente, impedindo que consigam benefícios, facilitando que sejam explorados ao invés de lutar contra isso.
A maioria da população não luta pelo fim da exploração, com a esperança de mudar de lado e conseguir, um dia, poder explorar, também. A crença na onipotência do dinheiro desvirtua valores e leva as pessoas a buscar felicidade na dor, no sofrimento e no prejuízo alheios, sem perceber que as maiores vítimas são elas mesmas.
Policiais incentivam o crime ao exigir grandes somas para livrar o bandido da prisão, vendendo alvarás para crimes impunes, aumentando o risco para companheiros empenhados em promover a segurança pública.
Muitos servidores da saúde estão a serviço da doença, da dor e do sofrimento, obtendo grande sucesso no seu objetivo, sobrecarregando outros que se empenham na cura, no alívio da dor e do sofrimento.
Bandidos que não conseguiram benefícios na corrupção policial, obtêm-nos junto a servidores da justiça, que os libertam, causando revolta nos policiais que se empenharam para prendê-los e provar sua culpa.
O povo quer solução, mas se nega a lutar por ela. Exige direitos enquanto foge dos deveres. Repudia os que se dispõe a lutar por ele e apóia os que o iludem com promessas mirabolantes.
Será que, seja lá onde estejam, Cristo, Martin Luther King, Che Guevara e Madre Tereza de Caucutá, entre outros, percebem a inutilidade de seus sacrifícios?
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